sábado, 20 abril, 2024

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“Quero mudar a vida das pessoas”, diz Bruno Reis

O vice-prefeito e atual secretário de infraestrutura de Salvador, Bruno Reis, visitou nesta terça-feira, 10, a sede do Grupo A TARDE. Durante a entrevista, falou sobre as obras municipais e dos seus planos para o futuro. Em pesquisa publicada pela Real Time Big Data a pedido da Record Bahia, o político aparece liderando a disputa pela Prefeitura de Salvador.

O BRT é o carro chefe da Prefeitura de Salvador para 2020? Existe alguma previsão para entregas das obras ainda neste ano? 

Ontem, o prefeito foi à Brasília com a incubência de retornar com a autorização para que possamos soltar o edital de licitação da segunda etapa do BRT. Temos cinco grandes consórcios participando e nossa expectativa é iniciarmos essa obra em março do ano que vem; ali pelos viadutos no cruzamento entre a Vasco da Gama e a Avenida Garibaldi. As pessoas, quando estiver pronto esse viaduto e a primeira etapa do BRT, vão sair da Garibaldi, da região do Hospital Cárdio Pulmonar, e vão chegar ao Centro Administrativa da Bahia sem passar por uma sinaleira, em vias expressas.

Os viadutos da região do Itaigara, do Parque da Cidade, nós vamos inaugurar até o final do ano. Os elevados do lado do edifício Cidadela, antes do carnaval de 2020. Os elevados do lado do Hiperposto, em Junho do próximo ano. Isso vai dar uma funcionalidade a obra que terá a primeira etapa concluída em novembro do ano que vem.

Enquanto o seu nome aparece como o natural para substituir o prefeito ACM Neto, Léo Prates (sem partido) e o Geraldo Júnior (SD) se colocam como opção do mesmo grupo.  Existe uma busca para uma candidatura única?  

Eu tenho convicção que essa unidade ocorrerá. Todos são grandes nomes e têm suas pretensões, seus sonhos políticos, são candidaturas legítimas. Mas eles têm consciência do projeto político que temos hoje à frente da cidade. Um projeto que elevou, reposicionou a nossa cidade no cenário nacional. Hoje Salvador passou a ser referência em todas as áreas. E todos eles, por terem responsabilidade com esse projeto, têm a consciência que no momento certo nós vamos nos entender e vamos sair unificados, todos esses partidos que compõem hoje a base de sustentação na Câmara Municipal, unidos em torno de um único nome. E que o desejo do prefeito é decidir agora em dezembro, começar as conversas com os aliados, e apresentar esse nome logo no início de janeiro.

E quais serão os critérios para isso? Pesquisa, avaliação perante o grupo político do candidato, saber quem teria maior preferência no grupo político. maior preferência dos partidos que compõem essa base. Capacidade de atrair outros partidos que estão fora da base para esse projeto; além das análises que o prefeito vai fazer,  sem sombra de dúvidas, de quem está em melhor condição, mais preparado para fazer esse projeto avançar.

Tudo isso coroado, é óbvio, pelo fato da escolha da população, de ser desejado pela cidade para ser candidato. Esse critério eu considero o mais importante.

Nos bastidores fala-se que uma das estratégias da Esquerda para 2020 será ligar  ACM Neto ao governo Bolsonaro. O que acha disso?

Eu vejo isso como uma falta de opção para os adversário. Porque, já que não podem deixar de reconhecer o trabalho que está sendo feito em Salvador, eles tentam nacionalizar uma eleição que é municipal. Eleição onde nós vamos decidir o dia a dia da cidade, discutir os temas locais, os problemas de Salvador. Então, eu vejo pouca influência dos atores estaduais e nacionais nas eleições municipais. Se olharmos os históricos das últimas eleições, nós confirmaremos essa tese. É verdade que, em relação ao Governo Federal, existem algumas pautas que nós concordamos. A respeito das reformas estruturantes, do nova pacto federativo que tem que ser feito. Agora, temos outros temas que discordamos radicalmente, a exemplo da política ambiental, onde já deixamos claro, inclusive com ações concretas, quando realizamos aqui a semana do Clima (da Organização das Nações Unidas) em Salvador. Cada qual no seu cada qual. Acho que esse tipo de estratégia não surtirá efeito.

Existe um questionamento sobre o poder do Prefeito ACM Neto de transmitir capital político. Essa eleição mudará essa visão? 

Na verdade é essa próxima eleição que poderá responder essa pergunta. Essa vai ser a primeira eleição que, efetivamente, Neto estará tendo oportunidade para transferir o seu capital político para o seu sucessor. Não dá para comparar eleição municipal com eleição estadual ou nacional. Até porque, a eleição estadual tem muita influência da eleição nacional, pelo fato de ocorrerem juntas. A eleição municipal,  como eu disse, é uma eleição isolada e o debate é local. Ao final da eleição, depois de outubro, essa pergunta será respondida.

Quem é o Bruno Reis que deseja ser prefeito de Salvador? 

Não tenha dúvidas que, depois de 20 anos de parceria, de amizade, eu digo sempre que 20 anos não são 20 dias, 20 meses, a gente se parece muito em milhares de aspecto, nos princípios e nos valores. No pensamento para cidade, mas, cada um é produto de sua vida. A minha vida foi diferente da vida de ACM Neto. Eu tenho uma trajetória marcante na vida pública, mas por outro lado, eu tive uma vida com muita dificuldade.

Eu cheguei em Salvador aos cinco anos de idade. Perdi meus pais cedo. Minha mãe quando eu tinha nove anos e meu pai quando tinha 15. Tive que enfrentar a vida com pouca idade. Desde cedo administrava as contas de minha casa, e isso fez com que adquirisse vivência de vida, experiência, maturidade. A marca da minha trajetória na vida pública é humildade, muito pé no chão. Convivi com as adversidades da vida, é óbvio que eu trago no meu interior uma formação diferente da de Neto. E principalmente, voltado para às áreas sociais, com os mais pobres, por ter convivido neste ambiente.  E quero que, se tiver oportunidade de ser escolhido candidato pela cidade e pelo nosso grupo; e depois de ser prefeito, fazer dessa oportunidade a oportunidade de minha vida para ajudar a transformar ainda mais a vida das pessoas.

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