sexta-feira, 29 março, 2024

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Operação do exercito mata músico com mais de 80 tiros por engano

O delegado Leonardo Salgado, da Delegacia de Homicídios do Rio de Janeiro, disse neste domingo (7) que “tudo indica” que os militares do Exército que mataram Evaldo dos Santos Rosa em uma ação durante a tarde em Guadalupe, Zona Oeste do Rio, atiraram ao confundirem o carro com o de assaltantes. O carro de uma família foi atingido por mais de 80 disparos, segundo perícia realizada pela Polícia Civil. As cinco pessoas que estavam no carro iam para um chá de bebê: pai, mãe, uma criança de 7 anos, o sogro e uma mulher. Evaldo dos Santos Rosa, de 51 anos, morreu na hora. O sogro dele, Sérgio, foi baleado nos glúteos.

Seu quadro era estável. A esposa, o filho de 7 anos e uma amiga não se feriram. Um pedestre que passava no local também ficou ferido ao tentar ajudar. Ainda não há informações sobre seu estado de saúde. A Polícia Civil realizou a perícia no local porque os militares tiveram dificuldade em realizá-la, segundo o delegado, devido à revolta dos moradores que testemunharam o crime. Os envolvidos foram ouvidos em uma delegacia militar. “Foram diversos, diversos disparos de arma de fogo efetuados, e tudo indica que os militares realmente confundiram o veículo com um veículo de bandidos. Mas neste veículo estava uma família. Não foi encontrada nenhuma arma [no carro]. Tudo que foi apurado era que realmente era uma família normal, de bem, que acabou sendo vítima dos militares”, afirmou o delegado em entrevista à TV Globo.

A família estava em um carro branco que, segundo testemunhas, foi confundido com um veículo da mesma cor que passou momentos antes.  Os militares envolvidos no caso foram ouvidos, segundo a Polícia Civil, pelo próprio Exército – que entendeu que a investigação deveria ser militar. A Polícia Civil, no entanto, vê indícios para prisão em flagrante. Logo após a morte de Evaldo dos Santos Rosa, o Comando Militar do Leste (CML) negou que tenha atirado contra uma família e disse que respondeu a uma “injusta agressão” de “assaltantes”. À noite, em outra nota, informou que o caso estava sendo investigado pela Polícia Judiciária Militar com a supervisão do Ministério Público Militar.

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