No requerimento, que foi assinado por seis vereadores, foram apresentados indícios dando conta que o Gestor Municipal e o Secretário de Obras teriam apresentados documentos públicos falsos para receberem diárias, e ainda supostamente teriam promovido o superfaturamento da licitação que resultou na compra de uma mini usina de asfalto por R$ 280 mil.
De acordo com a documentação anexada ao pedido, Marcelo Angênica e Antônio Charbel teriam viajado para o estado de São Paulo, mas apresentaram atestados de comparecimento falsos alegando que estavam na cidade de Salvador na Bahia na mesma data. As cidades são distantes cerca de dois mil km uma da outra.
A denúncia ainda revela que o objetivo da viagem teria sido uma visita a uma indústria fabricante de usinas de asfalto. O gestor teria visitado a empresa para negociar pessoalmente o preço das máquinas antes mesmos da realização licitação, o que é vedado pela lei.
Os vereadores apresentaram provas indicando que o maquinário adquirido pode ter sido superfaturado pelo prefeito. Marcelo Angênica chegou a confessar durante entrevista numa emissora de rádio local que de fato visitou a empresa e combinou os preços. A indústria visitada pelo prefeito foi a única participante da licitação e também a vencedora.
Esse é o primeiro pedido de investigação protocolado na câmara em desfavor a Marcelo Angênica. Ele já responde a outras 20 denúncias no Ministério Público Estadual, Federal e no Tribunal de Contas dos Municípios. Após a abertura da CPI os vereadores terão até 120 dias para realizarem a apuração dos fatos. Ao final, podem decidir pelo encaminhamento da denúncia à Justiça, arquivamento ou ainda a cassação do mandato do prefeito Marcelo Angênica.P. Assinaram o pedido de CPI os vereadores Evando Rodrigues (SD), Edson Dias (PT), Egnaldo Fernandes (PSDB), Izabel Cristina (SD), Zé do Bolo (PTB) e Marcão da CUT (PT).