sexta-feira, 19 abril, 2024

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Baiano dono de única nota 1000 na redação do Enem cursará medicina

“Quando eu era pequeno eu queria ser astronauta. Era um sonho de criança, queria descobrir o espaço, porque é um local que ninguém conhece. Ia ser legal descobrir o novo, mas o tempo foi passando e eu fui perdendo o interesse, os olhos pararam de brilhar”, contou o estudante. Em entrevista ao G1, João Pedro disse que sempre gostou de estudar e que apesar de tirar 980 na redação do Enem em 2018, fez um curso específico no ano passado e se preparou melhor.

“Ano passado eu tentei aplicar em medicina, e esse ano eu vou tentar de novo. A segunda opção é a área de linguagens, que eu gosto bastante. Pode ser Letras ou Relações Internacionais. Eu tenho visto que [medicina] é uma área valorizada no mercado”. O tema da redação do Enem 2019 foi “Democratização do acesso ao cinema no Brasil”. Os estudantes tiveram acesso a textos de apoio como um trecho do artigo “O que é cinema”, de Jean-Claude Bernardet; um trecho do texto “O filme e a representação do real”, de C.F.Gutfreind; um infográfico do periódico “Meio e a Mensagem” sobre o percentual de brasileiros que frequentam as salas de cinema; e um trecho do texto “Cinema perto de você”, da Ancine.

Ao ser perguntado sobre as dificuldades que encontrou na prova de redação, João Pedro disse que o tema foi mais difícil que o de 2018: “Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet”. “Por ter estudado mais em 2019, achei o tema mais tranquilo para escrever. Foi um tema bem mais restrito do que o do ano passado, mas eu não tive tantas dificuldades, porque me preparei melhor. Foi um tema mais difícil, mas eu me senti melhor para fazer”, contou João Pedro.

“Eu tentei argumentar falando do cinema muito como uma forma de conscientização e como uma forma de conhecimento aliada à arte, porque o cinema obviamente é a sétima arte. Eu tentei partir mais para esse lado da conscientização e do conhecimento”. João Pedro usou o filme “O Grande Ditador”, escrito, protagonizado e dirigido por Charles Chaplin para fazer um paralelo entre os anos 40 e 2019. Para o jovem, a ideia era trazer a importância sobre a população ter a consciência da gravidade do preconceito.

“Eu falei de Charlie Chaplin, que é um filme antigo, de 1940, chamado O Grande Ditador. É um filme que fala de preconceito, um tema que envolve a atualidade, que fala do antissemitismo, que é o preconceito contra os judeus, e eu tentei abordar isso e fazer um paralelo com a realidade, sobre como é importante a população ter a consciência do preconceito e da gravidade que é isso, e das consequências que isso já trouxe para humanidade”, disse o jovem

“Eu falei também da ditadura, que é um tema que na época era atual, porque desde o ano passado alguns grupos pelo Brasil chamaram atenção por defender medidas antidemocráticas, medidas até autoritárias, pedindo a volta de um sistema ditatorial. Tentei fazer esse paralelo com a realidade e com o passado e tentei deixar o texto mais contemporâneo. Tentar pegar do passado e fazer uma conexão com o presente”, concluiu.

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