sexta-feira, 19 abril, 2024

EXPEDIENTE | CONTATO

Uma tabaroa no metrô de Salvador

Chegou o feriadão, olhei prum lado, pro outro, matutei, e pedi a minha amiga Marli para me apresentar ao metrô de Salvador. Eu conheci o metrô do Rio, de São Paulo e de todos os países por onde andei. Mas o de Salvador… que vergonha! Eu nem sabia como era.

Como é que pode, froide? Me paramentei toda e saímos, eu Marli, Mi e Davi Queiroz (que também não conhecia o equipamento), para um passeio. Deixamos o carro no Shopping Paralela e rumamos para o metrô. E aí, meu queixo já caiu.

Logo no acesso à Estação Tamburugi, um elevador chique, plataforma com acessibilidade, tudo muito limpo e todo o pessoal de atendimento que procuramos era cortês e atencioso, e até nos acompanhava aos guichês. Fiquei pensando se estava mesmo na minha boa e velha Salvador.

Gostei da sensação de me sentir poderosa ao atravessar a passarela e ver os carros passarem por baixo de mim, nas pistas, brigando por espaço. E eu com zero de engarrafamento. É ótimo, diferente.

Quando entrei no comboio, aí o queixo caiu de vez: não tem vendedor de nada, os produtos ficam em vitrines onde você compra e paga direto, os compartimentos são limpíssimos, as pessoas educadas (logo um levantou para me dar lugar), e todo mundo usando fone de ouvido para ouvir suas músicas… cara, pode crer, graças a Deus, a Ruizinho e a ACMinho, a Bahia entrou no primeiro mundo.

Transitei por quase todos os destinos, saindo de um e entrando em outro trem. Só faltou Pirajá, que vou depois. Tudo igual em asseio e respeito.

Ah! E não paguei passagem pois quem passou dos 65 aninhos está isento. Os caras, lógico, pediram pra ver um documento (pois a minha carinha é de 35 a 40 primaveras, não é, lindinho? He-he!). E, se não pedissem documento, eu ia brigar, baixar o nível: porque não pediu? Tá me achando com a cara da velha mamãe, é, cara? Vai por mim, bonita, tire um tempinho e vá passear de metrô. A-mei!

E depois, fomos dar um giro e almoçar no shopping. Após bisbilhotar nas lojas todos os preços já para a Black Friday, paramos no restaurante Mariposa e aí veio a farra gastronômica. Uma variedade de comida deliciosa, inclusive com opções da culinária japonesa (e eu mergulhei fundo nos pratos; adoro a comida japonesa, e a amiga Lika Kawano é que me ajuda a conhecer).

Falar em Lika, a Associação Cultural Nippo Brasileira de Salvador estará promovendo no dia 2 de dezembro, o show ‘Imim 110 Anos in Concert’, espetáculo sobre a imigração japonesa no Brasil, onde apresenta a história de lutas e desafios mas também de gratidão dos descendentes japoneses ao povo brasileiro, que, juntos, constroem este nosso belo país. O show será no Teatro da Universidade do Estado da Bahia – Uneb, Cabula -, às 15 horas e o ingresso é um quilo de alimento não perecível. Vamos estar todos lá, para conhecer ainda mais a cultura dos nossos japinhas lindinhos.

Aproveitei o restante dos feriados para curtir as nossas praias. Aí, caí na real de novo, saí do paraíso para o purgatório. Não, nada a ver com a beleza da praia, a maravilha do sol. O problema é que não temos espaço para ficar em paz. Sentei numa barraca e fiquei participando da partida de futebol que uma galera jogava alí, juntinho de mim. Ainda dei um chutaço numa bola que caiu perto de mim quando eu ia para o banho, e os caras gostaram e até aplaudiram.

Eu fiquei mais convencida ainda, que sou bonita, gostosa e atleta. Mas uma senhora que estava próxima com crianças, não achou nada divertido. O prefeitinho tem que intervir ou mandar um secretário definir área e, principalmente, horário para os atletas do futebol. Domingo, com praia cheia, os caras lá dando chutaços, não dá. E o pior, os caras jogam mal pra cacete.

Mas chega de tanto lero-lero, vamos experimentar esta receita de Nikujaga (Carne com Batata), que a Lika Kawano já disse que vai preparar para me servir no almoço  que vou ‘filar’ no dia 2 de dezembro, quando irei para o festival ‘Imin dos 110 anos da imigração japonesa’. Segue a explicação do que é a comida

“Nikujaga é um prato da culinária japonesa que tem sua origem por volta de 1895, durante o Período Meiji. A receita foi inventada por chefs da Marinha Imperial Japonesa a pedido do almirante Togo Heihachiro para servir a Marinha Real Britânica e também para promover a cidade de Maizuru, Kyoto.

“Nikujaga significa literalmente carne com batata e consiste em um prato com carne, batata e cebola cozido em molho shoyu adocicado. Também pode ter outros vegetais e konnyaku (batata konjac).

“É um prato simples, mas agrada paladares japoneses e estrangeiros. Este prato é servido com uma tigela de arroz branco e missoshiru (sopa de soja) e pode ser encontrado em alguns restaurantes tradicionais e ‘izakayas’. Mas como esta receita é fácil e rápida, podemos fazer em casa, sem nenhuma dificuldade”. Aventais a postos, vamos para a cozinha realizar esta maravilha.

Receita de Nikujaga (Carne com Batata)

Ingredientes
Carne fatiada (bovina ou suína)
2 Batatas
1/2 cenoura
1 cebola
Ervilhas (ou outro legume de sua preferência)
240 ml de água quente
Meia colher (chá) de dashi (hondashi – tempero de peixe) granulado
1,5 colher (sopa) de saquê
1,5 colher (sopa) de açúcar
1,5 colher (sopa) de molho de soja

Como fazer

Descasque e corte as batatas, a cenoura e a cebola em pedaços médios. Em uma panela com água fervente e sal, coloque as ervilhas e deixe por apenas alguns minutinhos. Em seguida retire as ervilhas e reserve. Em uma frigideira grande ou caçarola, leve a carne para refogar em um pouco de óleo.

Assim que a carne começar a dourar, adicione a batata, a cenoura, a cebola, refogando-os por alguns minutinhos. Prepare o caldo  misturando os 240 ml de água quente com o dashi (hondashi-tempero de peixe) granulado. Adicione o caldo, o saquê e o açúcar. Tampe a panela e deixe refogar por mais uns 10 minutos.

Depois adicione o shoyu e as ervilhas, misturando aos demais ingredientes. Mais alguns minutinhos e o Nikujaga estará pronto. Se quiser, você pode adicionar outros vegetais, sugere Lika.

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