quinta-feira, 25 abril, 2024

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Metainformática em Taurino Araújo

Antony Arroyo

Segundo Nelson Cerqueira, o humanismo em Taurino Araújo, cbjm, até porque se trata de introdução às ciências jurídicas e (também) sociais, com foco no indivíduo, tem a desigualdade como novo paradigma e se desenvolve au-delà da cisão descritiva de Aristóteles, que se descola do modelo prescricionário de Platão e dos platonistas cristãos que o seguiram e da revolução do modelo desenhado na Idade Média para interpretação de textos religiosos por Friedrich Schleimacher e de Wilhelm Dilthey em sua associação com a fenomenologia contemporânea.

A sua hermenêutica é um método para validar e concretizar a desdiferenciação de sujeitos, coisas, sistemas e blocos “ao nível do que é”, o que interessa a todos: Governo, Negócios, Educação, Política, Saúde e Terceiro Setor. Ao escolher como assunto a desigualdade, fio condutor por excelência de todas as coisas e processos, Taurino Araújo faz um profundo passeio pela Filosofia, Sociologia, Economia, História, Antropologia, Semiótica, Direito, Comunicação e realidade, conforme ensina Agenor Sampaio Neto e, sobretudo, uma metainformática sob a ótica de um receptor também protagonista, enquanto se desloca para o campo das grandes sínteses.

Em Taurino Araújo a transdisciplinaridade das sínteses acontece num extremo onde a desigualdade é conceito jurídico fundamental e pode ser contemplada a partir do interacionismo simbólico de Herbert Blumer e da Escola de Palo Alto — também chamada de Colégio Invisível, pela diversidade de teorias, lugares e teóricos envolvidos — em substituição à teoria matemática da informação. Por isso, há uma abertura ainda maior em direção ao receptor [das desordens, destinos e sentenças] que, diferentemente da cibernética de Norbert Wiener, pode mais do que apenas “dosar” o termostato… Para medir o alcance da memorável empreitada desenvolvida por Taurino, a conclusão de Ana Paula Relvas: o pensamento sistêmico é o estudo das relações e das interações, substituindo a causalidade linear pela circular: é “preciso reunir [tudo] para [melhor] compreender”.

Antony Arroyo, jornalista, professor de oratória, retórica e persuasão, bacharel em Direito. arroyoantony@gmail.com

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