quinta-feira, 28 março, 2024

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Manifestantes ocupam canteiro de obras do BRT em novo protesto

Um grupo com cerca de 30 pessoas realiza mais um protesta na manhã desta quarta-feira, 6, contra o Bus Rapid Transit (BRT) de Salvador. O ato é liderado pelo Movimento Não ao BRT e acontece no canteiro de obras do modal, na avenida Juracy Magalhães Jr, na altura do Hospital Aliança.

Os manifestantes pedem a interrupção das obras e a discussão de alternativas para a mobilidade urbana da capital baiana. Eles ocupam a área interna das obras (cercada por tapumes) desde as 8h e devem permanecer durante todo o dia, para registrar o corte de árvores que darão lugar ao novo meio de transporte. Viaturas da Polícia Militar (PM) estão no local para acompanhar a manifestação.

“Os ministérios públicos Federal e Estadual e o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) estão sendo convocados publicamente a visitar a ocupação e assumir o papel de mediação de conflitos do qual têm se omitido. Representações da sociedade civil junto aos MPs vêm sendo sistematicamente arquivadas desde 2015, mesmo com farta documentação apresentada apontando irregularidades – que vão desde vícios de licitação até a ausência de licença para tamponar os rios e do plano de manejo de fauna”, diz o movimento, em nota.

Esta não é a primeira vez que o BRT é alvo de protestos. O grupo, criado em abril deste ano, ao mesmo tempo em que foram iniciadas as obras, já realizou outros atos no local para chamar a atenção sobre os impactos do projeto no meio ambiente. Nesta manhã, o pré-candidato à Presidência da República Guilherme Boulos, que cumpre agenda em Salvador, esteve no local para prestar apoio aos manifestantes.

A prefeitura de Salvador classificou o ato como “partidário e eleitoreiro”. “O Consórcio BRT acionou a polícia para que o canteiro de obras, invadido na manhã de hoje por militantes políticos travestidos de ambientalistas e pré-candidatos a cargos eleitorais, seja desocupado. (…) A invasão foi patrocinada por lideranças locais e nacionais do PSOL, numa atitude que demonstra o caráter partidário e eleitoreiro da ação, que não é pacífica ou democrática, já que se trata de ocupação irregular de uma área pública em obras”, enfatizou, em nota, a gestão municipal.

O grupo ressalta que cerca de 70 mil pessoas assinaram uma petição online contra a derrubada das árvores prevista no Estudo de Impacto Ambiental do projeto. “Além de devastar uma das poucas áreas verdes de Salvador, o projeto prevê o tamponamento de dois rios e a construção de quatro elevados, intervenção viária que tem sido evitada em todo o mundo pelo seu impacto urbano, criando áreas sombreadas e degradadas”, alerta o grupo.

O secretário municipal de Mobilidade (Semob), Fábio Mota, disse no domingo, 3, que já respondeu várias vezes às críticas feitas por integrantes do protesto. “Nós fizemos quatro audiências públicas. A própria decisão da Justiça afirma que basta uma rápida pesquisa no Google para ver que ocorreram. É lógico que teve debate”, disse ele, referindo-se à liminar que a prefeitura conseguiu derrubar na Justiça que suspendia a licitação do BRT.

Corte de árvores é um dos objetos do protesto | Foto: Luciano da Matta | Ag. A TARDE
Corte de árvores é um dos objetos do protesto | Foto: Luciano da Matta | Ag. A TARDE
Cerca de 30 pessoas prometem ficar até o final do dia | Foto: Luciano da Matta | Ag. A TARDE
Cerca de 30 pessoas prometem ficar até o final do dia | Foto: Luciano da Matta | Ag. A TARDE

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