terça-feira, 16 abril, 2024

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Lúcio fica quase só no MDB, mas segura o partido, seu único trunfo

 

Ele já deixou claro que não vai sair. É bem provável que fique só

Frase da vez

“Solidão: um lugar bom de visitar uma vez ou outra, mas ruim de adotar como morada”

Josh Billings, humorista norte-americano (1818 – 1885).

Foto: Sérgio Lima

Os sucessivos apelos dos aliados de ACM Neto para que o deputado Lúcio Vieira Lima debande do MDB foram em vão. Ele já deixou claro que não vai sair. É bem provável que fique só.

Os deputados estaduais da legenda, Leur Lomanto, Luciano Simões Filho, Hildécio Meirelles e David Rios admitem que vão dar no pé. E Pedro Tavares, o presidente em exercício, o único resistente, dá sinais de que também vai adotar o ‘eu gosto muito de você, mas mais de mim’.

Últimos cartuchos

Aliás, é exatamente esse o princípio que move Lúcio. Ninguém o quer, fugindo do efeito das malas de R$ 51 milhões. Mas querem o MDB, o segundo maior do Brasil, com 55 deputados federais (o PT é o maior, com 58), que por isso tem tempo de tevê e uma fatia dos R$ 860 milhões do bolo do Fundo Partidário que vai a mais de R$ 2 milhões anuais só na Bahia.

Até se falou em liberar o Fundo para Lúcio, já que a lei permite um partido doar para outro. Mas ele conta justamente com a força partidária, incluso o tempo de tevê, para forjar uma coligação de partidecos e com isso tentar se reeleger, e assegurar o foro privilegiado, algo providencial para quem está tão enroscado na Lava Jato (além do Conselho de Ética da Câmara).

Lúcio encontrou-se com ACM Neto no fim de semana, mas nada se falou sobre partido. Até porque ele já havia sinalizado que não ia sair.

Ademais, Temer já disse que é candidato. Na Bahia, o palanque está garantido, ao que parece.

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.

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