sábado, 20 abril, 2024

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ILHÉUS: município estuda implantação de coleta seletiva de lixo eletrônico

Como ter certeza de que aquele seu monitor de computador velho ou microondas com defeito será descartado de forma sustentável, preservando a natureza e evitando riscos às pessoas? Ninguém sabe. Com o interesse de buscar uma solução para o escoamento do lixo eletrônico produzido pelas fábricas, comércio e pela própria população, o prefeito Mário Alexandre pesquisou sobre o assunto, e sonda alternativas para promover o descarte correto, levando em consideração as leis ambientais.

Na última sexta-feira (9), o Chefe do Executivo Municipal recebeu em seu gabinete, a especialista Ana Cláudia Drugovich, diretora da Cimelia, empresa de Campinas (SP), especializada em refinamento de metais preciosos extraídos de lixo eletrônico. O encontro contou com a participação do secretário municipal de Indústria e Comércio, Paulo Sérgio e dos vereadores Ery Bar e Jerberson Moraes.

Danos ao meio ambiente – O Brasil é o maior produtor de lixo eletrônico da América Latina e o sétimo do mundo, com 1,5 milhão de toneladas por ano. O descarte irresponsável pode causar danos gravíssimos ao meio ambiente, como contaminação do solo, devido à presença de metais pesados na composição dos produtos, além de comprometer a saúde das pessoas que manejam esses resíduos.

Quando o descarte do lixo eletrônico é feito erroneamente, a dissolução dos componentes químicos pode ocasionar o desenvolvimento de doenças graves, como problemas nos rins, sistema digestivo, transtornos no sistema nervoso, problemas cerebrais e até ativação de agentes cancerígenos. Com o avanço tecnológico, novos materiais e recursos são criados diariamente, fazendo com que muitos outros itens sejam descartados no lixo.

Segundo explicou a especialista no assunto, Ana Cláudia Drugovich, os processos são ecologicamente corretos e começam a partir da etapa de coleta seletiva, passando pelo refinamento, transformando esse material em barras de metais preciosos. “Desta forma, promover alternativas que inibam empresas de jogarem o lixo de forma indevida no rio e mar, poluindo os mananciais. Nossa proposta é agregar valor a uma cidade tão bonita como Ilhéus”.

Fonte de renda sustentável – O prefeito Mário Alexandre ressaltou que o poder público também é ator importante nesse processo. “Nosso dever é buscar estratégias para estruturar e implementar sistemas de logística reversa, mediante retorno dos produtos após o uso pelo consumidor, independente do serviço público de limpeza. Estou atento às leis que determinam normas e termos de compromisso. Então, faremos um estudo para dar uma alternativa inclusive de geração de renda com o processo”, destacou.

O Paulo Sérgio avaliou positivamente o interesse do prefeito em dar esse grande passo. “Essa iniciativa pode abranger não só a população, mas atrair parcerias com o Senai e as escolas do município, a fim de implantar uma cultura ambiental a respeito do lixo eletrônico. Se queremos preparar um futuro melhor para as próximas gerações, precisamos pensar nessas questões e evitar danos maiores”, disse. É considerado lixo eletrônico qualquer material ou resíduo eletrônico descartável, tais como monitores de computadores, telefones celulares em desuso, pilhas, baterias gastas, lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista, televisores danificados e câmeras fotográficas com defeito e seus componentes.

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